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sábado, 17 de março de 2012

Fonoaudiologia e a Amamentação

Para nós fonoaudiólogos, amamentar o bebê significa prepará-lo para falar e constituir uma forma de prevenir futuras alterações, já que o aleitamento materno promove o crescimento harmonioso das estruturas que compõem o sistema estomatognático.
A amamentação no seio beneficia a criança não só em relação ao aspecto nutritivo propiciando o desenvolvimento físico e neuropsicomotor, mas também estimula o padrão nasal de respiração, estimula os músculos que participam da fala e das funções da alimentação (sucção, mastigação e deglutição). Proporciona também o inicio da comunicação e afetividade entre mãe e filho (Teles e Nascimento, 2003).
A sucção através do aleitamento materno é fundamental para o desenvolvimento osteomuscular e para o equilíbrio das arcadas dentárias e língua.
Bebês prematuros enfrentam dificuldades na amamentação, já que necessitam de estimulo quanto ao reflexo de sucção e não coordenam S/R/D. A ação fonoaudiológica é essencial nessas situações onde o bebê inicialmente não tem condições de ser amamentado.
A amamentação também beneficia as mães, já que elas passam a ter reduzido o risco de câncer de mama, útero e ovário e recuperam a forma física mais rapidamente, além de ser prático e econômico, já eu não é necessária a compra e preparo de leite. (Gamburgo, Munhoz, Amstalden, 2002).

As mães no geral, não conhecem sobre os benefícios relacionados aos órgãos da fala e desenvolvimento craniofacial que a amamentação proporciona.  
O leite da mãe é um alimento completo, composto por proteínas, gorduras, carboidratos e células, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento do bebê. Protege contra infecções intestinais, respiratórias, urinárias, otites, alergias alimentares e câncer. Alem disso, independe da renda familiar, pois não custa nada. O aleitamento materno estimula o desenvolvimento neuro-psicomotor e social, assim como desenvolve a estrutura facial e suas funções: mastigação, fala, alinhamento dos dentes e respiração.
A comunicação é de suma importância para os seres humanos. A fala é o modo mais frequente na comunicação, mas para que ela ocorra os músculos envolvidos devem estar adequados. Quem se encarrega de preparar esses músculos para a fala é a amamentação materna, pois através da sucção, há um desenvolvimento muscular necessário para uma boa articulação. Portanto, a amamentação é um dos responsáveis pela comunicação oral.
O fonoaudiólogo estuda os distúrbios da comunicação humana e as funções de sucção, deglutição, mastigação e respiração, atuando diretamente, diagnosticando e intervindo nas desordens dessas funções, é de fundamental importância sua atuação direta em programas de incentivo e assistência ao aleitamento materno, detectando e corrigindo erros de pega e sucção.
Uma pega incorreta da mama pelo bebê, ou sucção inadequada, podem levar a um desmame precoce.
Os benefícios da amamentação ainda são pouco divulgados, tanto quanto a importância desta como prevenção das alterações das funções de sucção, deglutição e respiração e consequentemente de patologias de comunicação, como por exemplo, a prevenção de distúrbios articulatórios, retardos de fala, otites médias crônicas, disfunção da mastigação, deglutição e respiração, instalação de hábitos orais inadequados (sucção de dedo, de língua, roer unha, etc.) e até alteração do crescimento facial e oclusão dentária.
Afirma-se que: não se improvisa um período de aleitamento. Quantas mulheres com vontade de amamentar tiveram de sustar o aleitamento após poucas semanas ou mesmo poucos dias, por causa de falta de informação, ou por causa de um médico, ou parente, que as desanimou ao primeiro obstáculo encontrado. É portanto, muito importante informar-se bem e preparar-se adequadamente. (CLARK, s/d:57).
Se a mãe não estiver preparada para amamentar, provavelmente, passará a fornecer alimentação artificial ao seu bebê, e então, além do aspecto econômico, da adaptação do leite, outros problemas poderão surgir, como os de sucção, deglutição que, certamente deixarão sequelas, além de se perder oportunidades ótimas para um relacionamento mais estreito entre mãe e filho.
Acreditamos ser de fundamental importância a atuação do fonoaudiólogo no acompanhamento do pré-natal, para complementar as orientações dadas por obstetras e/ou pediatras, nem sempre conscientes das consequências de uma sucção inadequada.
DICAS PARA UMA BOA AMAMENTAÇÃO
1-    Pega incorreta.
2-    Pega correta.

POSICIONAMENTO
·         O corpo do bebê próximo ao da mãe;
·         Corpo e cabeça do bebê alinhados;
·         Queixo do bebê tocando o peito;
·         As nádegas do bebê apoiadas;
·         A mãe deve segurar o bebê no colo com firmeza;
Existem varias posições para amamentar, o importante é que a posição seja a mais confortável para a mãe e para o bebê. Procure um ambiente tranquilo para amamentar e aproveite este momento para conversar com seu bebê e toca-lo. Ele já é capaz de sentir e entender todo esse amor e carinho.






quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

COMO A VOZ É PRODUZIDA

A voz é o som produzido pela vibração das pregas vocais (também conhecidas como cordas vocais), na laringe, pelo ar vindo dos pulmões.
A falta de conhecimento da importância de certos cuidados básicos para preservar a voz pode ter como conseqüência o desencadeamento de algumas doenças laríngeas como, por exemplo, edemas, nódulos, pólipos, úlceras de contato, entre outras.
O trabalho de reeducação tem como objetivo a adequação das estruturas fonoarticulatórias e a conscientização das pessoas para o uso adequado da voz.
As alterações vocais afetam a vida pessoal, social e, sobretudo, a profissional, gerando ansiedade e angústia. Por isso, com mais razão, os profissionais que utilizam a voz como seu instrumento de trabalho, muitas vezes, necessitam de um treinamento de apoio para desenvolver o seu potencial vocal.

FAÇA O TESTE DA SUA AUDIÇÃO

1. Você pede com freqüência para que as pessoas repitam o que disseram?

2. Você precisa aumentar o volume da televisão para entender o que dizem, quando assiste televisão com outras pessoas?

3. Você tem dificuldade para entender conversas entre várias pessoas juntas, com barulho de fundo?

4. Você acha que outros resmungam ou falam de forma não-clara?

5. Seus familiares, amigos e colegas lhe perguntam se você tem problema auditivo?

6. Você evita festas, eventos sociais devido ao barulho ou por não ouvir o que os outros dizem?

7. Em lugares ruidosos ou dentro do carro você tem dificuldade com conversas?

8. Você se sente estressado ou cansado quando precisa falar ou ouvir conversas longas?

9. Você precisa sentar-se próximo a pessoas que falam em reuniões, cultos religiosos ou mesas de jantar?

10. Você tem dificuldade para ouvir e entender o que lhe dizem quando não está vendo a pessoa?

11. Você tem dificuldade para localizar de onde vem o som?


• Se você respondeu SIM de 1 a 3 vezes – indica que tem dificuldades auditivas em algumas situações, comuns a todas as pessoas, porém se isto ocorre regularmente, há suspeita de perda auditiva. Consulte um Fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista para investigar se essas dificuldades de audição são temporárias ou permanentes.

• SIM de 4 a 6 vezes – indica que você provavelmente tenha uma perda auditiva. Consulte um Fonoaudiólogo e/ou otorrino.

• SIM de 7 a 11 vezes – indica fortemente que você tenha uma perda auditiva. Consulte um Fonoaudiólogo e/ou otorrino.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AUDIÇÃO


O ouvido humano:
Seu ouvido é um órgão incrível que transforma as ondas de som do ar em informações para o seu cérebro.
Ele pode perceber desde sons em intensidade bem baixa até sons bem altos, diferenciar sua intensidade e distância, e precisamente detectar a direção da fonte sonora. No entanto, ele é um órgão bastante sensível e pode ser facilmente danificado podendo resultar em perda auditiva.

Perda auditiva:
A perda auditiva afeta em torno de 500 milhões de pessoas no mundo todo. Na maioria dos países, isso significa que 1 a cada 6 pessoas possuem algum grau de perda auditiva. Ela pode se desenvolver a qualquer hora e, em geral, é gradual e indolor. Assim, as pessoas podem não perceber durante anos que possuem esse problema.


Entre os fatores causadores da perda auditiva estão:
exposição longa a ruídos intensos
hereditariedade
doenças
reações a medicamentos
danos
cerúmen
envelhecimento
Sintomas
Existem vários tipos e graus de perda auditiva. No entanto, os sintomas são geralmente os mesmos.


Sintomas comuns de perda auditiva:
Pessoas comentam que o volume da sua TV ou música está muito alto.
Você não ouve o telefone ou a campainha tocar.
Você sente dificuldade para acompanhar conversas em ambientes com presença de ruído.
As pessoas parecem murmurar ou não falar claramente durante conversações.
As pessoas comentam que você fala muito alto.
Você geralmente solicita que as pessoas repitam o que disseram pois você não entendeu.
Seus amigos e familiares dizem que você não escuta bem.
Você sente dificuldade em entender as letras de músicas.
Se você possui algum desses sintomas ou se este teste auditivo indicou que você pode possuir uma perda auditiva, recomendamos que você procure um médico otorrinolaringologista.

Com o tempo, a perda auditiva pode levar à ansiedade, depressão, isolamento e solidão. Ao não tratar uma perda auditiva, uma condição física pode passar a ser uma condição fisiológica. Por isso é importante buscar tratamento assim que a perda auditiva for detectada.

domingo, 10 de julho de 2011

FONOAUDIOLOGIA NA TERCEIRA IDADE

Em interface com a Gerontologia, a Fonoaudiologia vem integrar à equipe multidisciplinar, como um profissional da saúde, buscando adotar conceitos e ações terapêuticas mais abrangentes de acordo com os avanços técnicos-científicos.
Através da prática clinica preventiva visa manter o idoso inserido em suas atividades do cotidiano, tais como, comunicação, alimentação, higiene, locomoção, cognitiva, familiar, social, comportamental e econômica. Através do diagnóstico, reabilitação proporcionando um envelhecimento de forma produtiva com melhora e/ou manter sua qualidade de vida.
Devemos estar muito bem informados no que diz respeito à nutrição dos idosos, aos processos demenciais e ao processo normal de envelhecimento.
Temos dois conceitos importantes para o trabalho com a terceira idade:
  • Senescência: envelhecimento fisiológico.
  • Senilidade: envelhecimento patológico.
O ser humano nasce em total dependência, em geral, dos seus pais e/ou dos familiares para poder se transformar-se em um indivíduo. Seu viver é uma longa caminhada, desde a infância, adolescência, maturescência até chegar  a senescência,que pode ser considerada a fase da existência em que ocorre e se percebe, com mais nitidez, o envelhecer da vida.
O envelhecimento, além  de ser considerado externo à pessoa, não tem uma data início definida e, por não ser bem vindo, não é comemorado como se faz com a infância , adolescência e idade adulta. Sem se dar conta o tempo voa, os cabelos embranquecem, a pele enruga e, de repente, o adulto se torna velho.
É possível comparar o indivíduo a uma árvore, que da semente, às vezes, tão pequena e frágil e que, ao ser colocada em um solo fértil, torna-se uma impotente e majestosa árvore secular. Suas raízes fincam-se na terra para lhe dar sustentação e nutrição, seu tronco e seus galhos com suas folhas, flores e, com freqüência, frutos proporcionam sombra, alimento, beleza e abrigo para uma grande variedade de pássaros, insetos. É então, pelas sementes dos seus frutos que, ao caírem ao chão, pelo vento e pela ação de determinados animais, ou até mesmo pelo próprio homem, elas poderão gerar novos exemplares dessa espécie vegetal. 
A natureza atua nesse ciclo de desenvolvimento e o mesmo ocorre com o homem, no envelhecer da sua vida, participando de uma variedade de papéis sociais, deixando todo o seu legado às futuras gerações.
Quando o indivíduo começa a envelhecer?
Existem muitas controvérsias, alguns autores consideram o início do envelhecer a partir dos 25 anos, idade na qual atinge o desenvolvimento máximo. Outros adotam 65 anos como sendo a idade legalmente considerada de início da velhice. Já outros autores sustentam a idéia de não rotular 65 anos como a idade do aparecimento dos sintomas da velhice.
A verdade é uma só, o momento do início, assim como a forma e a velocidade em que a velhice se instala dependera das características pessoais de cada indivíduo e/ou das influencias do meio em que vive.
A demanda da população idosa tem se mostrado cada vez mais significativa para o mercado fonoaudiológico. Por esta razão sentiu-se necessidade de conhecer mais sobre o processo do envelhecimento das funções vitais.
Mas como a fonoaudiologia pode contribuir para a terceira idade ?
Fonoaudiologia é a profissão da área da saúde que pesquisa, previne, e trata as alterações de audição, linguagem, voz e funções vitais como sucção, mastigação e deglutição.
A atuação fonoaudiológica envolve a aplicação de medidas de caráter amplo (imunizações, aconselhamento, planejamento familiar, etc.) dirigidas as doenças em seu aspecto global e implica também em medidas específicas, (orientações e aconselhamento), algumas a serem aplicadas antes mesmo que a doença ocorra e, outras, em qualquer estágio da evolução das patologias da comunicação.
O que mais evidencia no processo de envelhecimento são as alterações da comunicação. Essas mudanças interferem negativamente no idoso, uma vez que conduz a redução dos estímulos vitais, face a ausência do exercício do sistema comunicativo que propicia  a ação de múltiplos órgãos e sistemas, cuja a missão primordial não é a linguagem, mas que repercutem na compreensão e produção da linguagem, como também as dificuldades nesta área, segregam ainda mais o idoso, cristalizando o quadro de preconceito social existente, o que pode levar o idoso a uma vida inativa, isolada, impulsionando-o em direção à deterioração das condições psíquicas e físicas, não só pela redução das atividades físicas e intelectuais que este fato gera, como também pela solidão, ansiedade e deterioração da imagem pessoal, tudo decorrente da incapacidade ou dificuldade de se comunicar.
Podemos afirmar que a origem de muitos distúrbios da voz e da fala encontra-se na desarmonia do nosso sistema neurológico, físico, psicológico e social. A gagueira, a rouquidão, os vícios de pronúncia, os tremores na voz, a rigidez na articulação, a variabilidade da altura, do tom e timbre, os transtornos na ressonância, alterações na deglutição e etc, podem ser resultados de um funcionamento anormal de um ou de vários dos conjuntos dos sistemas mencionados.
Dai a necessidade de um pronto diagnóstico fonoaudiológico, a fim de que se possa dar o necessário encaminhamento, como também a responsabilidade do fonoaudiólogo de informar e sensibilizar a todos que oferecerão serviços a essa população, evitando assim maiores danos a saúde.
Patologias que podem surgir na terceira idade:

Presbifonia: envelhecimento da voz.
Embora o processo do envelhecimento seja progressivo e inevitável, existem grandes diferenças entre indivíduos na forma e extensão com que as alterações ocorrem. Diversas pesquisas demonstram que pessoas com a mesma idade cronológica exibem diferentes níveis de performance cognitiva, sensorial, motora e qualidade vocal, que dificulta a identificação da idade pelos ouvintes.
Considera-se como um período de máxima eficiência vocal dos 25 aos 40 anos, sendo que a partir dessa idade ocorre uma série de alterações estruturais na laringe. O início do envelhecimento vocal, seu desenvolvimento e o grau da deficiência vocal dependem de cada indivíduo, de sua saúde física e psicológica e de sua história de vida, além de fatores constitucionais, raciais, hereditários, alimentares, sociais e ambientais, incluindo aspectos de estilo de vida e atividades físicas, desta forma é possível a modificação do curso das alterações vocais do envelhecimento através de exercícios, boa nutrição e estilo de vida saudável, o que explica como alguns atores, cantores ou outros profissionais da voz atuante, as alterações da voz devido ao envelhecimento podem ser menos proeminentes ou mesmo não ocorrer.
Alterações respiratórias, tensões musculares, problemas de postura, podem gerar o mau uso do aparelho fonador, impedindo uma voz natural.
Prebiacusia - envelhecimento do aparelho auditivo.
O processo de envelhecimento que atinge a audição não é considerado patológico, mas sim uma perda natural de função. A otosclerose, por exemplo, é um processo de envelhecimento dos ossículos que formam o sistema auditivo, e que não leva a surdez, mas sim a uma perda parcial que se mantém estável, não tendendo a piorar, sendo uma alteração auditiva do tipo condutiva. Pode ser acompanhada de zumbido, o que em geral ocorre nos dois ouvidos, levando a uma piora devido ao estado emocional, ansiedade e nervosismo. 
A presbiacusia é uma das perdas que mais prejudica a capacidade de comunicação. A exposição a ruídos, estresse, uso de certos medicamentos e deficiências alimentares são alguns fatores da perda auditiva. A queixa típica do idoso com esse quadro é que escuta, mas não entende o que lhe foi dito. 
Avalia-se que 25% das pessoas de 65 a 75 anos sofrem de presbiacusia, neurosensorial bilateral nas altas freqüências. Este número sobe para 70 a   80% para os com mais de 75 anos. Por isso é de grande importância, detectar precocemente se esse idoso tem perda auditiva, para o uso do AASI, que vai lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
pesquisadores japoneses, examinaram o vínculo entre a taxa de vitamina A no sangue e a prevalência da perda auditiva em idosos. Os resultados do estudo mostraram que níveis elevados de vitamina A e pró-vitamina A, estão associadas à menor prevalência da deficiência auditiva. Um bom motivo para começar a falar em prevenção de olho no prato.
Disfagia - dificuldade em engolir o alimento
As causas mais comuns são os problemas neurológicos como AVC, TCE, Parkinson, Mal de Alzheimer, miastenia gravis, distrofia muscular, ELA, PC, entre outros.
Distúrbios da moticidade oral:
São mudanças anatômicas e/ou funcionais do mecanismo oral que podem afetar diretamente a fala e outras funções, como mastigação e a deglutição. As causas mais comuns são ausência de dentes, problemas Periodentais, atrofia dos músculos mastigatórios, prótese mal ajustadas.
Através dessa resenha sobre o envelhecimento e as principais patologias que acometem a terceira idade, podemos ter uma ampla idéia da diversidade do trabalho da Fonoaudiologia Gerontológica, onde podemos oferecer condições de vida muito melhores aos idosos, prolongando assim, o tempo de maior qualidade de vida para estes pacientes.